Olá, sapiens!
Você já ouviu falar no zinco como um possível aliado contra a ansiedade? A ciência tem explorado esse caminho com bastante interesse nos últimos anos, especialmente diante do crescente reconhecimento da importância dos micronutrientes na saúde mental. Vamos entender melhor o que dizem os estudos mais recentes sobre o tema.
O que mostram as revisões sistemáticas?
Uma revisão sistemática conduzida por Azargoonjahromi et al. reuniu evidências relevantes que indicam uma relação entre baixos níveis séricos de zinco e sintomas de ansiedade. Segundo os autores, pessoas com transtornos de ansiedade tendem a apresentar níveis mais baixos de zinco no sangue. Além disso, o consumo adequado de zinco parece estar inversamente associado à ansiedade, sugerindo que esse mineral pode exercer um papel positivo no manejo da condição.
Essa perspectiva ganha ainda mais força com a meta-análise realizada por Wang et al., que avaliou os efeitos de suplementos antioxidantes (entre eles, o zinco) na saúde mental. Os resultados foram animadores: a suplementação antioxidante apresentou um efeito positivo significativo na redução da ansiedade. Ou seja, há um indício concreto de que o zinco, quando inserido nesse contexto, pode contribuir de maneira relevante para o bem-estar psicológico.
E o que dizem os estudos em modelos animais?
Os estudos pré-clínicos também reforçam essa hipótese. Em um experimento com roedores, Naik et al. observaram efeitos ansiolíticos relevantes após a administração de zinco, especialmente quando associado ao diazepam — o que levanta a hipótese de uma ação sinérgica entre o mineral e medicamentos tradicionais ansiolíticos.
Já a pesquisa de Navabi et al. também em modelos animais, sugeriu que esse efeito ansiolítico pode ser mediado, pelo menos em parte, pelo sistema do óxido nítrico, indicando um possível mecanismo de ação para o zinco na modulação da ansiedade.
E quanto aos estudos em humanos?
Nem tudo são flores — e como é comum na ciência, os resultados podem variar. Um exemplo é o estudo de DiGirolamo et al., realizado com crianças na Guatemala. Nessa pesquisa, não foram observadas diferenças significativas nos desfechos de saúde mental entre os grupos que receberam suplementação de zinco e placebo. No entanto, vale destacar que os aumentos nos níveis séricos de zinco foram associados a uma leve redução nos sintomas de ansiedade, o que não pode ser completamente ignorado.
Conclusão
O zinco tem mostrado um potencial interessante como complemento no tratamento da ansiedade, principalmente com base em evidências pré-clínicas e em algumas análises populacionais. No entanto, mais pesquisas em humanos são necessárias para que possamos determinar com clareza quando e como a suplementação de zinco pode ser realmente eficaz.
Se você está enfrentando sintomas de ansiedade, lembre-se: a automedicação com suplementos não é recomendada. Converse com seu médico e avalie o que faz sentido para o seu caso individual.
Cuide-se!