
A busca por alívio dos sintomas da fibromialgia tem levado muitos pacientes a considerar o uso da cannabis medicinal como uma alternativa terapêutica. Mas o que a ciência realmente diz sobre isso?
Embora o interesse pelo tema esteja crescendo, ainda existem muitas lacunas no conhecimento. Uma importante revisão da Cochrane, que avaliou estudos sobre o uso do canabinoide sintético nabilona, concluiu que não há evidências fortes, imparciais e de alta qualidade que comprovem sua eficácia no tratamento da fibromialgia. Além disso, o medicamento teve baixa tolerabilidade, sendo frequentes efeitos adversos como tontura, náusea, boca seca e sonolência¹.
Por outro lado, estudos mais recentes, como o de Bourke e colaboradores, apontam que pacientes com fibromialgia podem ter alterações no sistema endocanabinoide, o que abre espaço para novas hipóteses sobre o potencial terapêutico da cannabis². Ainda assim, a falta de estudos bem conduzidos e de longo prazo impede que se faça uma recomendação formal.
Um experimento com cannabis farmacêutica inalada mostrou apenas uma pequena redução da dor após uma única dose, revelando o quanto a interação entre os compostos da planta, como o THC e o CBD, é complexa³.
Apesar disso, alguns estudos preliminares são promissores. Uma revisão sistemática e um estudo piloto sugerem que a cannabis medicinal pode melhorar a dor e a qualidade de vida em pacientes que não respondem bem aos tratamentos convencionais⁴. Em outro ensaio clínico com óleo rico em THC, os pacientes apresentaram melhora significativa nos sintomas e no bem-estar geral⁵.
É importante destacar que muitos pacientes já usam cannabis medicinal para aliviar dores, fadiga, ansiedade e distúrbios do sono relacionados à fibromialgia⁶⁻⁸. No entanto, a evidência científica ainda é limitada, e mais estudos são necessários para garantir a eficácia e a segurança a longo prazo.
📌 Conclusão: Embora existam indícios de benefícios da cannabis medicinal para fibromialgia, a comunidade científica ainda não recomenda seu uso de forma definitiva. A boa notícia é que a pesquisa está avançando, e esperamos em breve ter respostas mais sólidas sobre o papel terapêutico da cannabis nesses casos⁹.