
A relação entre desnutrição e diabetes é muito mais próxima do que se imagina — e entender essa conexão pode mudar a forma como cuidamos da saúde metabólica, especialmente em populações mais vulneráveis.
Em muitos países de baixa e média renda, uma forma atípica de diabetes relacionada à desnutrição foi reconhecida: indivíduos com baixo índice de massa corporal (IMC) apresentam menor resposta secretória de insulina e maior captação de glicose, desenhando um perfil metabólico bem diferente do clássico diabetes tipo 2¹. A desnutrição crônica, nesses casos, reduz a produção de insulina, facilitando o surgimento do diabetes²³.
Além disso, a desnutrição grave pode comprometer a função do pâncreas, tanto na produção de enzimas digestivas quanto na secreção de insulina. E o mais alarmante: mesmo após a recuperação nutricional, essas alterações podem persistir, prejudicando o metabolismo da glicose por muito tempo⁴.
Nos idosos com diabetes tipo 2, o quadro é igualmente preocupante. Embora o controle glicêmico em si não pareça aumentar o risco de desnutrição, fatores como baixa renda, desemprego e problemas cognitivos estão intimamente ligados a um estado nutricional deficiente⁵.
O impacto da desnutrição vai além do controle da glicemia. Em pacientes com diabetes e doenças cardiovasculares, como a doença arterial coronariana, a presença de desnutrição está associada a um risco significativamente maior de mortalidade⁶. Felizmente, estratégias como a suplementação nutricional específica para diabetes vêm mostrando resultados promissores⁷.
Conclusão:
A desnutrição não é apenas um problema de "falta de comida"; ela pode ser uma peça-chave no desenvolvimento e na piora do diabetes. Cuidar da alimentação, garantir acesso a nutrientes adequados e promover o diagnóstico precoce da desnutrição são ações essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes diabéticos.
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