
Cuide-se!
Já pensou se seus pensamentos pudessem ser decodificados por uma máquina? A ideia pode parecer saída de um roteiro de ficção científica, mas está se tornando realidade com os avanços das neurotecnologias — dispositivos capazes de ler, interpretar e até interferir na atividade cerebral humana.
Em maio de 2025, a UNESCO reuniu especialistas de todo o mundo para discutir os dilemas éticos desses avanços e publicou as primeiras diretrizes globais voltadas à proteção dos direitos humanos em tempos de leitura neural e manipulação cognitiva.
Um salto impressionante — mas com ressalvas
O caso de Ann Johnson comove: após um AVC que a deixou sem fala por décadas, ela voltou a se comunicar por meio de um avatar controlado por implante cerebral, em 2022. Um marco impressionante da medicina e da engenharia neural.
Por outro lado, especialistas alertam: dispositivos não invasivos, como wearables com sensores cerebrais e rastreadores oculares, estão chegando ao mercado sem a devida regulação, sendo usados em áreas como educação, entretenimento e até propaganda. E o pior: podem influenciar emoções e decisões sem que o usuário perceba — inclusive durante o sono.
Diretrizes para o pensamento
Entre os nove princípios apresentados pela UNESCO, estão:
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Transparência sobre a coleta e uso de dados neurais;
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Garantia de segurança emocional e mental a longo prazo;
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Proibição do uso para avaliação de desempenho escolar ou profissional;
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Consentimento claro e informado, sobretudo em contextos de marketing ou manipulação inconsciente.
Segundo o neurocientista Pedro Maldonado, um dos redatores do documento:
“O foco é proteger os direitos humanos em relação ao sistema nervoso — algo até então negligenciado.”
A votação para adoção oficial dessas diretrizes pelos 194 países membros da ONU ocorrerá em novembro.
E onde entra a cannabis medicinal?
A cannabis medicinal tem ganhado espaço na modulação da atividade cerebral, especialmente em contextos de ansiedade, dor crônica, epilepsia e distúrbios neuropsiquiátricos. Em paralelo à discussão sobre neurotecnologia, a regulação do uso da cannabis também exige critérios éticos, científicos e humanos.
Ambas as áreas — neurotecnologia e cannabis — mexem com o funcionamento cerebral e com o livre-arbítrio. São campos promissores, mas que exigem vigilância, ética e humanização. O uso consciente e regulamentado da cannabis, assim como o desenvolvimento responsável das interfaces cérebro-máquina, deve sempre priorizar a autonomia e a dignidade do paciente.
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Cuide-se!